Por que vemos os indígenas assim?


Utilizo as palavras de Bergamaschi para explicar:

"[...] Segundo dicionários da língua portuguesa, a palavra índio significa nativo, natural de um lugar. No entanto sabemos que essa designação advém de um erro náutico, quando em 1492, na viagem que Colombo empreendeu para as Índias e aportou na América, atribuiu aos habitantes dessa terra a denominação genérica de índios, conservada até o presente. Porém, cada índio pertence a um povo, identificado por uma denominação própria, como Guarani, Charrua e Kaingang, etnias indígenas que vivem no Rio Grande do Sul. Cada um dos mais de 230 povos brasileiro gosta de ser reconhecido pelo seu nome próprio, entretanto todos reconhecem a impotância de uma denominação que os identifique e os una nas lutas comuns como povos originários do Brasil e da América.
Para muitas pessoas não-indígenas, a denominação índio tem um sentido pejorativo, expresso historicamente por preconceitos e discriminações. Na escola, principalmente, predominam visões estereotipadasdos povos indigenas, oscilando entre a concepção romântica de um indígena puro, inserido na natureza, ingênuo e vítima, e um índio bárbaro, selvagem e preguiçoso, empecilho para o progresso. Contudo, como resultado das lutas empreendidas pelos povos indígenas, evidencia-se na atualidade uma concepção mais condizente com a vontade dos povos originários do nosso país: do indígena sujeito da história, como um sujeito que continua sendo indígena e compartilha com os demais brasileiros o direito de estar em sua terra brasilis." (p. 8 e 9).

Fica a reflexão sobre como vemos e transmitimos a imagem dos indígenas, muitas vezes estereotipada (utilizando cocar, arco e flecha, andando nu), genérica (no sentido de que todos os povos seriam iguais) e focando na Europa como o centro da História Brasileira, que só inicia com a chegada dos Portugueses e não dos povos indígenas que aqui estiveram 9.500 anos antes.

Bibliografia utilizada:
BERGAMASCHI, Maria Aparecida. Povos Indígenas & Educação. Porto Alegre: Mediação, 2008.

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